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CULTURA DE PAZ

Atualizado: 28 de abr. de 2023


DATA: 11/04/2023 - O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 16 da Agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas) é promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas. A Cultura de Paz está diretamente ligada a esse objetivo, pois se trata de uma estratégia para prevenir a violência, resolver conflitos e estabelecer um ambiente favorável ao diálogo e à cooperação entre as pessoas.

O termo Cultura de Paz é recente, aparece em 1999 na Declaração e Programa de Ação sobre um Cultura de Paz da ONU, com o qual podemos dizer que a Cultura de Paz é um conjunto de valores, atitudes, comportamentos e práticas que rejeitam a violência e previnem os conflitos através do diálogo, da negociação e da resolução pacífica de disputas. Ela promove a justiça social, a igualdade de gênero, o respeito aos direitos humanos, a tolerância, a solidariedade, a cooperação, a participação cidadã, a educação para a paz e a não-violência, a comunicação não-violenta e a valorização da diversidade cultural.

A Cultura de Paz é baseada no reconhecimento da interdependência e da interconexão entre os indivíduos, as comunidades e as nações, e busca construir relações pacíficas e sustentáveis entre elas. Sendo um componente essencial para o desenvolvimento humano, a segurança e a estabilidade global.

A estrutura fundamental da Cultura de Paz está baseada nos Seis Pilares do Manifesto 2000 por uma Cultura de Paz e Não Violência, escrito por um grupo de ganhadores do Prêmio Nobel da Paz em celebração ao 50º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, sendo os pilares:

• 1 - RESPEITAR A VIDA: em todas suas formas, sem nenhum tipo de discriminação.

• 2 - REJEITAR A VIOLÊNCIA: praticar ativamente a não violência, o que significa rechaçar a violência em qualquer uma de suas formas (física, sexual, psicológica, econômica e social) em particular em relação aos mais fracos e vulneráveis, como crianças e adolescentes.

• 3 - SER GENEROSO: compartilhar tempo e recursos materiais cultivando a generosidade a fim de eliminar a exclusão, a injustiça e a opressão política e econômica.

• 4 - OUVIR PARA COMPREENDER: defender a liberdade de expressão e a diversidade cultural privilegiando sempre a escuta e o diálogo, sem ceder a fanatismos, nem à difamação e à rejeição ao próximo.

• 5 - PRESERVAR O PLANETA: promover um consumo responsável e um modelo de desenvolvimento que considere a importância de todas as formas de vida e o equilíbrio dos recursos naturais do planeta.

• 6 - REDESCOBRIR A SOLIDARIEDADE: contribuir para o desenvolvimento das comunidades propiciando a plena participação das mulheres e o respeito aos princípios democráticos para criar novas formas de solidariedade.

No âmbito da Cultura de Paz é importante diferenciar conflito e confronto. Conflito é uma parte natural da vida e pode ser expresso de forma saudável em espaços democráticos e que valorizem a diversidade. Confronto, por outro lado, ocorre quando duas opiniões não podem ser atendidas simultaneamente, o que pode levar à luta ou abuso de poder. Em vez de evitar conflitos, uma Cultura de Paz busca gerenciá-los e resolvê-los de forma construtiva por meio de negociação, diálogo e democracia, com a não violência como a força mais poderosa.

A Educação desempenha um papel importante na construção dessa Cultura de Paz, com a Escola sendo um espaço de afeto e acolhimento para os alunos, onde professores podem ajudar a superar as desigualdades e violências presentes no cotidiano. A interação afetiva entre professores e alunos deve ser uma referência para que os jovens possam enfrentar uma realidade de sofrimento e assim desenvolver sua resiliência.

Durante esse processo, os alunos podem encontrar outros alunos que compartilham suas carências e necessidades, desenvolvendo Empatia, Solidariedade e senso de Pertencimento a um grupo saudável. Através de valores como Cooperação e Tolerância, os alunos podem criar novos universos de Alegria e Criatividade. Tanto professores quanto alunos passam por um processo de Inclusão e Pacificação, promovendo valores e atitudes positivos que semeiam uma Cultura de Paz nas Escolas.

Para além da instrução, a Educação deve abranger práticas de convivência que favoreçam o desenvolvimento do caráter e comportamentos transformadores, que estimulem talentos e potencialidades criativas. Nesse sentido, é importante criar ambientes propícios ao diálogo, onde floresçam qualidades Socioafetivas, tais como imaginação, habilidades comunicativas e manuais, onde haja contato com as artes e com pessoas diversas, o que contribui para elevar a autoestima do aluno e reduzir a evasão escolar.

A partir de um ambiente acolhedor e participativo, é possível estimular o Protagonismo Juvenil, que consiste na capacitação dos jovens para resolver problemas práticos através da sua atuação no contexto escolar, na comunidade ou em outras esferas sociais. Esse processo favorece a construção da identidade do jovem, com autonomia, comprometimento social e responsabilidade pelo bem-estar da comunidade, transformando-o em agente ativo, garantindo também seu direito à expressão.

A Cultura de Paz deve ser utilizada como um instrumento para construir ambientes escolares participativos, imaginativos, afetivos, saudáveis e solidários, fomentando sociedades mais positivas. Para tanto, é fundamental manter o otimismo, a fé na humanidade, e a esperança em criar um mundo sustentável baseado na cooperação e na paz.

O livro "Paz, como se faz? Semeando cultura de paz nas escolas" oferece aos educadores uma importante ferramenta para aplicação da Cultura de Paz no ambiente escolar. Com exercícios simples e objetivos, o livro disponibiliza também diversas fontes como filmes, músicas, sites e livros para aprofundamento no tema. O acesso ao material está disponível no link (clique e acesse).


FONTES:

• Livro "Paz, como se faz? Semeando cultura de paz nas escolas" <https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000379604> acesso em 10.abr.2023;

• Livro "Cultura de paz: da reflexão à ação; balanço da Década Internacional da Promoção da Cultura de Paz e Não Violência em Benefício das Crianças do Mundo" <https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000189919> acesso em 11.abr.2023;




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